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segunda-feira, 16 de maio de 2011

O Vôo da Águia !

Você vê coisas e diz: Por que?; mas eu sonho coisas que nunca existiram e digo: Por que não ?
(George Bernard Shaw)


Nesta manhã ensolarada senti uma vontade enorme de modificar a minha vida; estou condicionada a uma rotina que já não me satisfaz. Acomodei - me a uma situação de mesmice que não condiz com a minha personalidade  guerreira e aventureira. Não sou como a água que se acomoda em qualquer vasilhame: sou o vento livre que vai para onde bem quer, atravessando vales, mares e cidades; estranhamente me vejo condicionada a um ritmo de vida que não me tem feito feliz. Sim, condicionamento - é neste estado em que me encontro. Isso me fez lembrar uma historinha que certo professor veterano contou em uma de suas aulas de Psicologia a qual era mais ou menos assim: certa vez um fazendeiro, ao passear pela floresta, depois de uma noite de forte temporal, encontrou um filhote de águia, tremendo de frio; penalizado, levou - o para casa, agasalhou, alimentou, durante um mês. Após esse tempo, levou - o para o galinheiro e lá o filhote foi criado no meio das galinhas. Tornou -se a curiosidade da vizinhança ao verem aquela "galinha " tão grande ciscando e  agindo como as demais do galinheiro. Um dia, o fazendeiro chamou um veterinário porque um dos seus novilhos estava doente. O veterinário medicou o animal e ao passar pelo galinheiro, afirmou que ali não era o habitat da águia. O fazendeiro respondeu que a águia só tinha forma de águia, jamais seria uma haja vista que sua mentalidade já era de "galinha" e nem sequer poderia voar devido o porte enorme. O veterinário respondeu que um pássaro nobre jamais poderia permanecer num ambiente como aquele porque seu lugar era nas alturas e pediu permissão ao dono da fazenda para treinar a águia com o fim de fazê -la voltar ao seu habitat natural. O fazendeiro sorriu e disse: " se o sr. quer tentar, vá em frente. " O homem se hospedou na fazenda e só poderia permanecer ali por uma semana visto que tinha compromisso com outros fazendeiros. No primeiro dia, o homem pegou a águia e começou o treinamento. Passaram três dias e nada de resultado, a águia insistia sempre em agir como "galinha" insistindo em voltar para o galinheiro. No sexto dia, ainda teve que encarar as ironias e gracejos do fazendeiro. No quinto dia de sua estadia, resolveu fazer um treinamento diferente: saiu dos  arredores da fazenda e levou a águia, num fim de tarde, para um local bem alto. E era fim de tarde, hora em que os pássaros voavam em bando para seus ninhos. Dali, do alto da montanha, o veterinário começou a fazer movimentos nas enormes asas da águia e depois deixava-a  solta. A águia não reagia, se acocorava como a galinha se posta, preparando - se para dormir. No sexto dia, a águia começou a fazer movimentos com as asas e tentou timidamente uns arremessos, sem nada conseguir. No outro dia, desanimado, o veterinário decidiu que não insistiria mais: levaria a águia para um ponto mais alto da montanha e ficaria com ela, contemplando apenas o último pôr - do - sol. Triste, pois à noite teria que partir, subiu a montanha no ponto mais alto. Os bandos de pássaros formavam desenhos no céu e pela primeira vez, o veterinário disse a águia: " veja, que coisa linda, esses que voam alto são teus parentes distantes". Por alguns momentos, o homem pensou que já estava era ficando maluco ao tentar se comunicar de outra forma com aquele imenso pássaro. E pela primeira vez também, a águia fitou o céu azul e o panorama maravilhoso  bem como a dança que os pássaros faziam no infinito; algo despertou em sua mente e começou a bater com força as asas  e como era muito grande, derrubou o veterinário. Então bateu mais forte as asas e finalmente o espírito de nobreza veio - lhe à memória. Subitamente, ela tomou distância e numa velocidade incrível se lançou aos céus, correndo sério risco de desabar no abismo; mas não desabou, foi acelerando cada vez mais e ganhou o espaço. Sorrindo de alegria, o veterinário viu aquele enorme pássaro ganhar altura e desaparecer no horizonte. Naquele momento, o sol deu seu mais lindo espetáculo e a águia que pensava que era " galinha " reencontrou sua origem, nunca mais retornando para a fazenda. Assim somos nós: deixamos - nos acomodar numa vidinha sem graça, apática, porque nos deixamos acorrentar pelos ditames do falso moralismo, nos condenando, dessa forma,  a levar uma vida com mentalidade de " galinha " afinal é isso que esperam de nós. Toda mudança encontra resistência por parte da sociedade; felizmente, existem os ousados, as ousadas que sabem que viemos aqui para sermos felizes e quebrando tabus, contrariando as normas sociais, voam alto como a águia em busca da liberdade de escolha, sem se importarem com as críticas daqueles infelizes que, como dizia Roosevelt:

"É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se a derrota, do que formar fila com os pobres de espírito que nem gozam muito nem sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta que não conhece vitória nem derrota."


É imprescindível ter espírito de águia para sairmos do cercado do galinheiro e alçar vôo rasantes e dormir com a consciência tranquila de quem reverteu uma situação de infelicidade para, pelo menos tentar buscar novos horizontes, numa tentativa de encontrar uma nova vida pela frente, quer encontre obstáculos ou não; o importante é ousar, sonhar pois viver estagnado no tempo é passar pela vida e não viver.


By: Scarlet Mayara

Um comentário:

  1. Muita gente ainda prefere a vida de galinha, aceitando apenas restos de migalhas que lhes dão sem tentar permitir viver com a dimensão de uma águia, que é viver o inesperado!

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