"Quando
uma árvore é cortada ela renasce em outro
lugar. Quando eu morrer quero ir para esse lugar, onde
as árvores vivem em paz."
(Tom Jobim)
Fim de tarde ... calmaria, brando vento.
A brisa vinda do rio cantava uma melodia,
monótona como um lamento,
acompanhando o escurecer do dia.
Um silêncio elouquente no ar pairava...
Lentamente, o manto negro da noite envolvia a Terra,
tudo era solidão, quando a tarde agoniava,
neste tenso momento .. findou-se a guerra.
Ao longe, o canto solitário de um pássaro no ar pairava,
como se cumprisse um dever diário;
até o banzeiro no vai e vem - só murmurava,
queixoso ia testemunhando esse cenário!
Neste instante, o santuário do planeta Terra,
ergue as mãos em piedosa oração,
pranteando o dia que se encerra,
sem preconceito - somos irmãos.
Ao morrer da tarde também imploro
a Deus para que nos livre logo dessa agonia
pois sou convicta desta certeza:
somos todos partes da natureza
cujo destino é morrer um dia!