"Juro por Deus que está no céu; a luz me falte na hora da morte".
Esse conto de Machado de Assis foi escrito em 1884 e traz como assunto as juras de amor e as expectativas que criamos na mente em relação a quem nos afeiçoamos, por isso o tema é bem atual. Sabe aquele romance tórrido que vivemos a curto prazo, mas que por algum motivo mais forte teremos que nos afastar temporariamente? Então, vamos viajar nesse conto, analisando os acontecimentos.
ESTRUTURA DA NARRATIVA
PERSONAGENS PRINCIPAIS
Deolindo Venta Grande - o marinheiro apaixonado
Genoveva - a namorada
Inácia - a idosa, dona da casa onde Genoveva morava.
PERSONAGEM SECUNDÁRIO
José Diogo, o mascate
FOCO NARRATIVO
Narrado em terceira pessoa, onisciente
ESPAÇO GEOGRÁFICO
Rio de Janeiro - bairro da Região Central.
Localiza-se na Zona Portuária da cidade.
ESPAÇO PSICOLÓGICO
As lembranças e sentimentos de Deolindo
ENREDO
O conto narra a história de Deolindo, apelidado pelos
colegas de Venta Grande, um marinheiro que conheceu
Genoveva e durante três meses viveu uma intensa paixão.
Após três meses em terra firme, era preciso voltar ao navio
para fazer uma viagem de aproximadamente dez meses.
Como estava apaixonado ele pensou em abandonar a
profissão e ir morar no sertão com a Genoveva. Porém
D.Inácia, uma idosa que convivia com Genoveva,
aconselhou-o a não desistir do emprego. Chega a hora da
despedida e após fazerem o juramento de fidelidade
eterna, se despediram entre beijos e prantos copiosos de
Genoveva.
COMENTÁRIO
O conto começa exatamente apresentando o breve
passado do casal de namorados e a volta de Deolindo indo
ao encontro de sua amada.
Ao sair do navio, os colegas perceberam a felicidade dele e
afirmaram que ele teria uma noite de almirante com música,
ceia e os braços da mulher amada.
Deolindo sorriu feliz, pois essa seria realmente a noite que
ele tanto esperara e para isso, comprou presentes para a
mulher em especial um par de brincos que lhe custou muito
caro. O rapaz seguiu tranquilo porque cumpriu o que
prometera à namorada:
"Juro por Deus que está no céu; a luz me falte na hora da morte.
Sorrindo interiormente, ele preparava palavras certas para dizer a ela - "Jurei e cumpri". Finalmente chegou no endereço e batendo à porta, dona Inácia veio recebê-lo, para sua surpresa Genoveva não morava mais ali, pois havia se apaixonado por um mascate, chamado José Diego. Foi com muita raiva que ele foi para a casa da moça, cheio de pensamentos sanguinários. Encontrou-a sozinha, conversaram e ele acabou lhe dando os presentes não sem antes terem uma tensa conversa na qual ele ameaçava se matar. Não se matou e no dia seguinte, os colegas o cumprimentaram pela linda noite de almirante que ele supostamente tivera, a que ele assentia com um sorriso falso, concordando com os demais.
Falsidade, hipocrisia, ironia são os ingredientes desse conto machadiano. A moça volúvel é exemplo tanto de homens quanto de mulheres atuais, é também exemplo da falta de caráter e da levianidade que anda proliferando feito praga a sociedade. Deolindo representa a ingenuidade, a fidelidade escassa nos dias presentes, aquele tipo de pessoa que faz expectativas com relação a quem não conhece e por se deixar levar pela paixão, constrói castelos de areia sem nenhum alicerce. Essa história ficcional ainda faz parte da realidade de muitas pessoas - as sonhadoras e as que vão passando pela vida semeando tristezas e mágoas na vida de quem não merece.
gostei bastante obg....
ResponderExcluirExcelente.
ResponderExcluirperfeitooooo !
ResponderExcluirMuitas pessoas hoje em dia ainda sao assim.
ResponderExcluirSim ... o sentimento de amor não existe para muitas pessoas. Bjinhos
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