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sábado, 29 de setembro de 2012

Quando é preciso Calar

Imagens: internet

O dia amanheceu lindíssimo e uma brisa suave balança as folhas das árvores como se fizessem um carinho nelas. No abacateiro, sanhaçus azuis da cor do céu nasceram já reclamando a atenção de um casal de sanhaçus, que atentos, procuram dar o melhor de si e essa atenção vai durar uns dois meses.

Nesses dois meses, será tempo suficiente para que os filhotes aprendam a voar, caçar e seguirem a vida sozinhos e independentes dos pais; há um momento na vida em que todos nós deveremos também assumir as rédeas de nossa vida, assumindo o controle dela.



O ano vai chegando ao fim, setembro está ficando para trás e a cada ano, a nossa responsabilidade aumenta, no sentido de aprender a viver. Sim, acredito que viemos aqui para aprender com situações diferentes sejam boas ou más, o importante é tirar proveito delas para crescermos enquanto pessoas.

A grande lição que aprendi neste ano foi a arte de aprender a me calar diante de ofensas ou nervosismo dos outros. Eu costumava agir sem pensar, agindo precipitadamente, dando forças a pensamentos da hora os quais me deixavam exposta e em situação vexatória comigo mesma.


Essa atitude me desequilibrava emocionalmente, mas mudar foi uma decisão minha e não foi fácil a princípio, pois é preciso emudecer sem ficar se corroendo por dentro; o que me ajudou foi ler sobre a vida de pacifistas como Martin Luther King, Gandhi e o maior de todos: Jesus.

Martin lutou contra o preconceito reinante em seu país onde as pessoas eram perseguidas pela cor da pele, sendo ele negro, combateu a violência  pregando a paz vinda do céu, demonstrando que somos todos irmãos e que a violência racial não conduziria o seu povo aos caminhos da paz. No entanto, foi vítma da violência que tanto combateu.


"A verdadeira medida de um homem não se vê na forma como se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio."
(Martin Luther King)

Gandhi foi um líder indiano que lutou toda sua vida pela independência da Índia e pela paz entre hindus e muçulmanos, e graças ao seu esforço foi criado o Estado muçulmano do Paquistão. Todas as passeatas de protesto que fazia, seguia com seu povo, vestido de branco, sem usar nenhuma arma.

A sua arma era a bandeira da paz sem nunca usar de violência. Com essa atitude, demonstrou ao mundo que a violência não leva a nada, ainda assim, foi vítima da violência, do seu próprio povo.


 "Aprendi através da experiência amarga a suprema lição: controlar minha ira e torná-la como o calor que é convertido em energia. Nossa ira controlada pode ser convertida numa força capaz de mover o mundo."
(Mahatma Gandhi)
Por fim, o exemplo maior de paz: Jesus, o mestre de todos os mestres, o Senhor dos senhores. Tanto Martin quanto Gandhi leram os ensinamentos de Jesus. Gandhi , segundo as leituras que fiz ficou a um passo de abraçar o cristianismo, quando foi estudar na juventude na Inglaterra. Leu o Novo Testamento e ficou admirado pelo Sermão da Montanha. 



"Porque um menino nos nasceu, um Filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz."
(Isaías 9:6)
 
Talvez não pudesse se converter ao Cristianismo devido ao objetivo maior que era a independência da Índia e a opção pela religião cristã seria um obstáculo para convencer a multidão que seguia uma religião milenar. 

Jesus, o principe da paz, é o meu maior exemplo e isto é até intrigante porque sempre li sobre Ele e deveria já ter aprendido a lição do mestre maior da humanidade que foi manter-se silencioso nos momentos cruciais da vida. 



Entretanto, aprendi, antes tarde do que nunca. Desejo que neste momento, o Senhor apazigue teu coração para que saibas resistir a provocações cujo intuito é tão somente nos desestruturar emocionalmente, sabendo que tais pessoas estão em condições piores que nós e muitas vezes estão sendo instrumentos das forças do mal: Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. (Tg 4:7). Abraços afetuosos.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Álbum Antigo


Ontem, custando a adormecer,
pus-me a folhear um álbum antigo.
Diversas histórias revivi em fotos amareladas pelo tempo.
Eu, bebê, menina e adolescente,
refletia nas fotos, sempre o mesmo olhar tristonho.
Pousava os meus olhos, ao redor na minha gente:
quantos sonhos povoavam nesses instantes a minha mente?
-Ah, muitos sonhos adormeceram em qualquer lugar da minha memória!
Hoje, ao relembrar vejo minhas raízes, fixadas em mim eternamente
como parte inseparáveis, vivas e reluzentes em minha vida! 


Esse tempo revivido foi passado em horas assaz intermináveis
onde o sofrimento pautava, contundente a nossa história,
contudo, só de estarmos lado a lado e bem unidos,
conseguíamos perseguir sem esmorecer, visando encontrar a paz.
Agora, no presente, lembro dos ombros protetores e amigos
de meus pais os quais me fazem nesta hora tardia lagrimar
por recordar um tempo bom que não volta mais!

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Saindo de casa


Quando se é adolescente, temos sempre aquela falsa idéia de que os pais são opressores e que viveremos melhor sozinhos por termos a liberdade de ir e vir quando bem entendermos; sair é uma responsabilidade enorme e a adolescência não é idade para se pensar nisso.

Eu saí, carregando comigo fortes orientações para a vida, aos dezesseis anos, sem saber das responsabilidades e dos desafios que se apresentariam a minha frente, tendo que saber escolher bem qual o caminho a seguir; por isso, uma qualidade muito importante é ter opinião própria para não se deixar levar por idéias descabidas dos outros que nos conduzirão à derrota.


É preciso saber recusar toda oferta que pode nos prejudicar; nesse sentido, sempre procurei ouvir os conselhos dos meus pais e isso me ajudou muito. Entre ouvir conselhos de amigos e dos meus pais, sempre optei pelos conselhos dos meus pais , pois sempre tive a convicção de que ninguém iria querer o meu bem mais do que eles.

Apesar disso, sempre fui curiosa e procurei conhecer várias estradas, contudo, jamais me deixei torná-las únicas porque " um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte..." (Prov 14:12).  O mais triste é perceber que muitos sabem o caminho que devem seguir mas optam por caminhos onde o ponto de chegada é um grande abismo.


O abismo da derrota, da depressão e da perda da dignidade humana. Muitos entram nesse caminho precocemente, já na adolescência por se julgarem donos da verdade, por julgarem os conselhos dos pais ultrapassados e por preferirem os conselhos de amigos que nada sabem da vida.

É neste contexto que volto a afirmar: quem quer enfrentar uma vida sozinho/a deve ter opinião própria, não se deixando levar pelos pensamentos dos outros e embora não valorize os ensinamentos dos pais, nunca esquecê-los pois são esses conselhos que o impedirão de cair nas falácias de quem cambaleia para a destruição mas não quer ir sozinho.


De tudo o que foi escrito, o importante é em qualquer situação da vida, saber dizer 'não' a tudo que contrarie o que nos foi ensinado; muitas vezes, preferi seguir sozinha em cidades estranhas e esse meu comportamento me livrou de muitas ciladas. O Senhor foi generoso e em todas as tentações, distante e sozinha, mesmo nas situações mais difíceis eu soube dizer: 'meu amigo, minha amiga, a minha situação já não é boa, imagine fazendo isso?' 

Nunca foi preciso brigar para fazer valer os meus conceitos de vida. Se houvesse insistência, eu me afastava lentamente da vida dessas pessoas. Bom dia e beijos.
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