"A corrupção na administração pública agora é organizada, quase partidarizada. Uma barbaridade inaceitável."
( Mário Covas )
No concurso para delegado da Polícia Civil de 2009, cinco candidatos da elite que ficaram abaixo da 800 colocação foram aprovados, sendo que só havia 100 vagas para o cargo. Provenientes da elite onde o delegado-geral da Polícia Civil, Mário César Nunes, recomendou, sem respaldo legal, a nomeação dos cinco candidatos reprovados no concurso para delegado realizado em 2009, entre eles, o próprio filho, Caio César Medeiros Nunes.
Além do filho, Mário César nomeou o irmão de um desembargador, a prima de um deputado federal, uma assessora e o atual secretário-executivo de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública, Thomaz Vasconcellos Dias.
Alie-se a isso, o fato de os exames médicos, físicos e psicológicos desses candidatos, necessários na segunda etapa do concurso, não terem sido encontrados no CETAM, órgão que realizou o concurso. Dos cinco aprovados, apenas um atua como delegado, o Hebert Lopes.
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Geralmente nesses concursos, o pessoal aprovado é nomeado para o interior do Estado, local onde a maioria que faz o concurso não tem intenção de residir visto que nas cidades ribeirinhas o desenvolvimento estacionou devido as dificuldades que o rio Amazonas impôe, ou seja, a capital Manaus oferece divertimento, lazer e qualidade de vida que o interior não possui.
Dessa forma, os cinco que passaram estão todos na capital, gozando cargos de confiança e com uma série de regalias que só a elite tem acesso, como me referi acima, apenas um do grupo, exerce a função de advogado.
Temos no Brasil três poderes, todos sabem: o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, contudo, paralelo a eles temos mais dois: a mídia que eleva ou derruba quem achar conveniente, neste caso, está atuando para tirar esses parasitas de cena.
O quinto poder é o narcotráfico, quer queiramos quer não, eles eliminam mesmo quem se atravessa no caminho deles.
Fiquei aqui pensando no esforço que tantas pessoas fizeram, estudando para passar nesse concurso.
Sei de pessoas que se dedicaram muito e não passaram. É nesse sistema de injustiça por todos os lados que nos movemos onde a corrupção e a desonestidade nos levam ao desânimo visto que me parece ser proibido sonhar até com uma profissão.
Aonde é que vamos parar? Até onde a impunidade vai prevalecer? Como vamos minimizar as desigualdades sociais do país, se quem deveria lutar para que prevalecesse a igualdade de concorrência para todos, é o primeiro a infringir normas e leis?
Não podemos nos calar diante de roubos como esse. Evidente que quem se mantém caladinho na sua zona de conforto é conivente com este lamaçal que condena a população a não dar um passo à frente em prol de seus sonhos.
Beijinhos a todos.
\O/
Fonte: Fato noticiado no Jornal A Crítica, Manaus, 04/03/2012