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quarta-feira, 16 de abril de 2014

A CRIANÇA E O CASULO




Quando era criança, gostava de olhar esse tipo de imagem, mesmo não entendendo o significado profundo que ela transmitia. 

Ficava horas contemplando e já sabia que não poderia ajudar em nada para não prejudicar a borboleta bela que nasceria. 

Sabia porque já havia tentado outras vezes, não só com casulos mas também com rosas. Na ânsia de ajudar um botão desabrochar, acabava matando a rosa.

Embora criança, aprendia minhas lições não filosóficas e de antemão, já sabia que a pobre e feia lagarta precisava morrer para se transformar numa belíssima borboleta.

Sábado, estava ensinando um colega a memorizar o pensamento de Lamartine: 


"Justo quando a lagarta achava que o mundo tinha acabado, ela virou uma borboleta."

Estranhamente, eu insistia para a pessoa repetir e repetir até decorar. No domingo, apareceu uma linda borboleta em casa. 

Fiquei impressionada, todavia não comentei com ninguém o acontecido. Na segunda-feira, ainda na madrugada, o telefone tocou.

Notícias de morte de uma pessoa ligada a mim. Hoje é o enterro e eu fiquei meditando nas lições que Deus nos permite assimilar por meio da natureza.

A vida da borboleta, em suas várias etapas, reflete a nossa. 

É preciso morrermos para renascermos, libertando o que de belo temos dentro da gente: o espírito. 

E no período de casulo, não há nada a fazer, pois qualquer tentativa de ajuda, poderá aleijar a futura borboleta. 

Dedico essa mensagem a você, Zozimar Lopes, que neste momento está na sua fase de casulo. 

Fique em paz, pois em breve você estará no paraíso, numa nova vida, voando nos jardins maravilhosos da eternidade.

A pessoa que eu estava ensinando o pensamento de Lamartine é irmão do Zozimar. 


Abraços fraternos a todos.

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