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domingo, 2 de outubro de 2016

Aviso ...



Gostaria de informar que estou postando em outro blog: 

www.almaemfesta.blogspot.com

Sempre que puder, tb virei por aqui. O nome desse outro blog é Flores da primavera.


Um lindo domingo a todos, pleno de muita paz. 



sábado, 17 de setembro de 2016

Andando na fé



Andamos na fé quando percebemos que não há mais solução humana que possa solucionar um sério problema. 

Muita gente não possui fé e é por isso que, quando se veem numa situação irreversível, se entregam ao desespero.

É justamente nessa fase que, quem tem fé em Deus, passa pelas tempestades da vida íncólume. 

Nos dez dias de recesso que tive das escolas procurei fazer exames de rotina os quais já estavam com atraso de 3 anos.

Não esperava por resultados ruins, pois não venho sentindo nada que me levasse sequer a fazer exames. 

Diante dos resultados dito pelo médico, quase caí da cadeira, rsrs. Mas me mantive firme ouvindo o que ele falava.

E eu que já havia sentido o poder da fé por várias vezes na minha vida, agarrei-me mais fortemente ao Senhor.

O médico dos médicos que tantos milagres fez, enquanto viveu por aqui, é o mesmo e não falha para quem o busca de coração humilde. 

Portanto, por maior que seja a enfermidade que me aflige, muito maior é o Deus que acredito...

Beijos e muita paz a todos.



Deixando abraços, orações e amor a todos.


Como estou com dificuldades de entrar no blog, pretendo criar outro. Já fiz dois, mas não me agradaram ... por isso, felizmente consegui entrar hoje para pelo menos, deixar meu abraço a todos vcs.

Ainda vou fazer mais uma tentativa de ficar por aqui, através de um atalho. A dificuldade em entrar resultou de imagens publicadas em post tiradas da internet as quais continham vírus ou spam. Já retirei as imagens logo que o Google bloqueou, mas não houve jeito.

Ainda dá para entrar com outro navegador sem ser o do Google. 

Como sempre digo, em toda parte o mal se expande. Mas não é por isso que  vou desistir de transmitir a palavra de Deus, minhas poesias e análises de contos para ajudar alunos que necessitam.

Tenham um lindo dia, por aqui é dia de sol! Agradeço  ao Senhor por ter dormido bem e ter o privilégio de contemplar mais este dia.


domingo, 21 de agosto de 2016

Em qualquer situação: fé, esperança e alegria



O dia amanheceu bonito e logo após tomar o café da manhã, fui visitar minha mãe e foi muito bom levar palavras de alegria, pois o momento não deve ser de tristeza, afinal, qualquer problema tem a dimensão que damos a ele. 

De lá, fui ver a maravilha do rio Negro e da floresta verdinha cujo plano de fundo é um azul muito lindo no qual o ornamento é o céu azulzinho.


Toda essa paisagem fica bem pertinho da casa da minha mãe e me levaram a refletir sobre o quanto é magnifico as obras do Senhor. Somos privilegiados de ver essas águas sem poluição, cor de Coca-Cola, por isso, agradeci a Deus pelas obras  de sua criação. Nós também, enquanto seres humanos, somos obras do criador, assim expresso por Paulo em Efésios 2:10:

"Pois somos criação de Deus, realizada em Cristo Jesus para vivermos em boas obras, as quais Deus preparou no passado Para que nós as praticássemos  hoje".

Alguém pode dizer: "ah mas estou com tantos problemas e tristezas que nem consigo mais contemplar a beleza da natureza ou até mesmo fazer uma oração". Quero dizer a quem está nessa situação que todos nós temos problemas seja de ordem emocional, de saúde ou financeira.

No momento, meu problema é de saúde. Será que devo me descabelar e entrar em desespero? Não e não... vou levando a minha vida normalmente, trabalhando e agora, com muito mais interação com Deus. Já há muito tempo sei que são nos momentos mais difíceis que devemos demonstrar a nossa fé em Deus. O meu alicerce espiritual não está edificado sobre a areia, mas sim, sobre a rocha. 

No livro de Mateus, cap. 7: 24 a 27 está afirmado o seguinte: "Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, E AS PRATICA, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha: e desceu a chuva, e correram rios, assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha. E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia; e desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda.

Portanto, além de a minha fé estar firmada na rocha, que é Jesus Cristo, sei que nada vai acontecer comigo sem o consentimento de Deus. Por este motivo, enquanto estiver por aqui, nada temerei, nem a morte visto que estou consciente de que as pessoas fiéis ao Senhor, só voltam ao paraíso quando for da vontade de Deus. E que maravilha será regressar ao paraíso?

Para que se desesperar porque sofreu uma decepção amorosa? Ou porque ainda não conseguiu o emprego? Ou ainda por causa de uma doença que para medicina não tem cura? Penso que, em qualquer circunstância da vida, o mais importante é ter fé e alegria, independente da situação que se esteja vivendo. 

Certa vez, fiz uma opção de visitar um leprosário e lá, escolhi uma pessoa a qual deveria ir todos os domingos visitá-la, haja vista que ela não recebia visitas de ninguém. Apesar da doença, ele era um homem muito alegre e sempre orava por eu ir lá visitá-lo. Um dia, quando retornei, ele já havia falecido, não me avisaram porque é na morte que o nível de contaminação se faz mais elevado. Não fiquei triste porque sabia que esse homem de Deus estava de regresso ao paraíso tal qual afirmou Jesus ao ladrão que estava ao lado dele: "Hoje estarás comigo no paraíso". (Lucas: 23-43).



Lindo domingo e um grande abraço a todos.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

O pai da mentira


Deus criou um lindo jardim para o primeiro casal habitar,  mas havia uma restrição dita primeiramente a Adão: 

"...Não comerás da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comeres, com toda certeza, morrerás". Gênesis 2:17.

Sabemos que essa ordem dada pelo pai da criação foi desobedecida porque Adão e Eva preferiram acreditar mais na voz do demônio que na voz de Deus.

E foi assim que o pai da mentira entrou em ação, afirmando o contrário daquilo que o Senhor dissera: "Certamente não morrereis". Gênesis 3:4.

Além disso, para convencer o casal apelou para o que ele mesmo sempre desejou e foi o motivo de ter sido expulso do céu: 

"Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal".   Gênesis 3:5.

Ser como Deus, assumir o lugar de Deus foi o motivo de ter havido a batalha no céu. 

E foi com esse argumento que o pai da mentira convenceu Adão e Eva a desobedecerem o Pai que os criou para viverem em harmonia e em paz. 

É bom lembrar de que certa vez, Jesus ensinava no templo aos judeus onde havia uma maioria que não aceitava o fato de Jesus afirmar ser o filho de Deus e depois de muitas controvérsias, Jesus disse a eles em João 8:44:

"Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer o desejo de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira".

Portanto, comprova-se quem é o pai da mentira que domina a mente de muitos. Em contrapartida, Deus enviou o seu único filho para resgatar a todos da maldição do pecado que entrou no mundo através de uma mentira e é somente por meio de Jesus que teremos acesso à vida imortal:

"Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim". João 14 - 6.

Logo, não são anjos nem santos, nem nenhuma entidade espiritual, apenas Jesus tem o poder de nos conduzir ao derradeiro lar, a nossa última morada.

Na despedida dos apóstolos, quando estava perto de ser preso, Jesus fez a última oração e intercedeu ao Pai pelos apóstolos e também por todos que viriam a acreditar Nele:

"E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela tua palavra, hão de crer em mim"... (João 17:20)

O momento de aceitar o que Jesus fez na cruz é agora, depois que morrermos nada mais pode ser feito e é só por meio da nossa fé Nele que teremos acesso à vida eterna.   



O ladrão das nossas almas é o pai da mentira.

Um grande abraço a todos. Bom dia!!

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Tristeza

"A vida não é triste. Têm horas tristes".
(Romain Rolland)

No silêncio da noite escura
viajo em pensamentos
e a minha alma sussurra,
expirando meus lamentos.

Lamentos soltos ao vento
de uma alma sofrida
que passou por vis tormentos
nos desertos dessa vida.

Depois de andar no deserto,
enfrento ondas agitadas
de um mar enorme e aberto
que me deixa sufocada.

E aí, no fundo do mar,
um alívio em mim se faz
- já não preciso respirar
tudo agora é imensa paz.

Não sei se isso é um sonho,
pois nada mais me importa
o meu ser segue risonho,
ainda que esteja morta.

domingo, 12 de junho de 2016

Texto maravilhoso




Li esse texto quando estava no sexto ano e nunca esqueci. Hoje, pensando nele, percebi o quanto é atual, o quanto corresponde à situação política que estamos vivenciamos, situação de corrupção em nome do dinheiro. Esse texto faz parte da obra de Érico Veríssimo, Olhai os lírios do campo, escrito em 1938. 


Olhai os lírios do campo

Estive pensando muito na fúria cega com que os homens se atiram à caça do dinheiro. É essa a causa principal dos dramas, das injustiças, da incompreensão da nossa época. 

Eles esquecem o que têm de mais humano e sacrificam o que a vida lhes oferece de melhor: as relações de criatura para criatura. 

De que serve construir arranha-céus se não há mais almas humanas para morar neles?

É indispensável trabalhar, pois um mundo de criaturas passivas seria também triste e sem beleza. Precisamos, entretanto, dar um sentido humano às nossas construções. 

E quando o amor ao dinheiro, ao sucesso, nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e as aves do céu.

Há na terra um grande trabalho a realizar. É tarefa para seres fortes, para corações corajosos. Não podemos cruzar os braços.

É indispensável que conquistemos este mundo, não com as armas do ódio e da violência, e sim com as do amor e da persuasão.

Quando falo em conquistas, quero dizer a conquista duma situação decente para todas as criaturas humanas, a conquista da paz digna, através do espírito de cooperação.

Um grande abraço e lindo domingo a todos.

domingo, 1 de maio de 2016

Circunstâncias




Às vezes superfície
Às vezes profundeza
Às vezes imundície
Às vezes a beleza...

Às vezes taumaturgo
Às vezes pecador
Às vezes demiurgo
Às vezes só terror...

Às vezes sol a pino
Às vezes chuvisqueiro
Às vezes meu destino
Às vezes eu inteiro...

Às vezes alma inquieta
Às vezes corpo são
Às vezes duro asceta
Às vezes danação...

Às vezes florilégio
Às vezes edifício
Às vezes sacrilégio
Às vezes sacrifício...

Às vezes tão sisudo
Às vezes gargalhada
Às vezes quero tudo
Às vezes não sou nada...

Marcel Gustavo Alvarenga

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Para quem gosta de ler: Edson

Ano passado, tive um aluno chamado Edson: menino franzino, pequeno para idade, mulato, andava de cabeça raspada e era muito bagunceiro, exatamente durante as explicações das aulas. Certa vez, chamei a atenção dele:

- Senhor Edson, venha ao quadro resolver esta questão.

Ele foi correndo e era uma questão do qual eu havia acabado de explicar o assunto e ele estava na maior algazarra com os outros no momento da explicação. Pois sim, ele foi lá e respondeu tudo e ainda se saiu com essa: "eu escuto com os ouvidos, professora".

Caso recebesse um sete numa prova, chegava a mim para discutir o motivo daquela nota que para ele, era nota muito baixa. Um dia, uma professora, não suportando as bagunças do Edson, solicitou a presença da mãe e Edson só poderia entrar na escola com a mesma.

Depois de ouvir atentamente,  a mãe passou a agredi-lo ali mesmo, chegando ao ponto de esfregar o rosto do garoto no chão e depois, levantando-o disse alto:

- Eu já matei um e pra matar outro é daqui pra ali. Se chegar outro telefonem da escola, o próximo é tu...( linguagem dela).

Ficamos estarrecidas com a atitude da mulher, entretanto,  descobrimos que se tratava   de uma ex detenta em liberdade condicional. A partir desse fato, ninguém mais da escola teve coragem de fazer queixa contra o Edson.

No meio do ano passado, ele chegou meio jururu para o meu lado dizendo:
- Estou triste porque a família do meu pai, que mora em Goiás, vai mandar a passagem para eu ir morar com ele. Eu não queria ir porque gosto muito da escola.

Intimamente também fiquei triste, porém pensando na situação dele, respondi: "talvez seja melhor pra você, Edson, só peço que continue estudando, pois isso vai ser muito bom para o teu futuro".

Ele assentiu com a cabeça e voltou ao lugar dele. O grande problema do Edson é que era muito apegado na mãe e eu sabia disso. Viviam em condições precárias, porém, por ele, jamais abriria mão da companhia dela.

E chegou o dia da partida, o dia da última frequência na escola, eu estava com o coração apertadinho, entretanto, não demonstrei. Quando termina o último tempo, sou sempre a última a sair e ocorreu desse jeito no dia em que Edson faria a viagem à noite.

Assim, todos já haviam descido quando peguei minhas coisas e saí. Ao passar pelo portão, lá estava ele me olhando com aqueles olhos grandes...Corri para o abraço e desejei tudo de bom a ele, beijei a cabeça cheia de cicatrizes e nos despedimos.

Hoje me lembrei do Edson com saudades. E fiquei pensando no incontável número de Edsons inteligentes que existem e que se perdem nas drogas por falta de uma estrutura familiar e até mesmo por não encontrarem uma base de apoio em nenhum lugar.

Então cheguei à conclusão de que como educadores temos a obrigação ética, moral e humana de tentarmos ajudar esses adolescentes que tiveram a infelicidade de nascer à margem da sociedade e  por isso, vivem sem motivos para sonharem com uma vida melhor. Eu procuro fazer a minha parte. Boa noite.

sexta-feira, 25 de março de 2016

Um alto preço


Hoje, simbolicamente, pois não sabemos a data com exatidão, foi o dia em que Jesus se tornou o cordeiro de Deus, ao levar sobre si os pecados da humanidade cumprindo a promessa descrita em Mateus 1: 21 assim dita a José pelo anjo:

Jesus pagou alto preço para se tornar o nosso advogado de defesa, o único que tem o poder de perdoar pecados sem Ele estaríamos irremediavelmente perdidos por toda a eternidade.

No momento de desespero em que todo o pecado da humanidade foi despejado sobre Ele, houve uma momentânea separação de Deus com o mestre que diante de tamanha dor clamou:

Entretanto, foi nesse exato instante que toda a maldição do pecado fora paga com sangue puro e inocente. A partir desse fato, todos que aceitam esse sacrifício, ao cometerem delitos nesta vida, pedindo perdão a Jesus são justificados por Ele junto ao Pai.

Sempre é bom termos em mente:
"Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos purificar os pecado e nos purificar de toda a injustiça. 
1 João 1:9. 

Cabe lembrar que Jesus perdoou o ladrão na cruz quando afirmou: "ainda hoje estarás comigo no paraíso". 
Lucas 23: 43.

Após pagar a nossa dívida e a de nossos antepassados, Jesus cumpriu sua missão e bradou em alta voz: 



Assim, nessa passagem, Jesus que se sentiu abandonado no ápice da dor, reconcilia a humanidade junto a Deus, Pai, todo poderoso e espiritualmente segue para o paraíso: "ainda hoje estarás comigo no paraíso".

Para finalizar: Jesus pagou um alto preço para pagar a sentença feita no Jardim do Éden a nossos primeiros pais. Hoje, ainda temos tempo de aceitar esse sacrifício, pois está escrito:

 
Essa escolha precisa ser feita em vida, escolha, pois, a vida, aquela eterna antes que seja tarde demais porque o destino da nossa vida espiritual é decidida aqui e agora. 

 Um grande abraço a todos.

 
E dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.
Mateus 1:21
E dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.
Mateus 1:21

domingo, 13 de março de 2016

Perdão ...


Devemos perdoar tal qual uma criança e até mesmo como a humildade dos animais que muitas vezes são maltratados por seus donos e não carregam mágoas deles. Encontrei um texto bom na internet que reflete bem o que seria o perdão. 




Ao perdoarmos, tiramos da mente um fantasma que só nos faz mal, pois o ódio é o destruidor da nossa paz interior. Quanto mais rápido perdoarmos, mais paz inundará o nosso ser.


                                                     Bom dia a todos os amigos virtuais.

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ Educação: eu e as crianças Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ


"A falta de amor é a maior  de todas as pobrezas".
(Madre Teresa de Calcutá)

Neste ano de 2016,estou trabalhando com alunos do sétimo ano, são três turmas no turno matutino; a princípio, logo no primeiro dia de aula, pedi a eles que escrevessem um texto com o tema Quem sou eu? Isso para conhecer o que se passa na mentalidade dessas crianças que estão numa faixa entre onze e doze anos de idade. Ao ler os textos, senti a dificuldade pelas quais passam essas crianças provenientes de uma comunidade humilde, bem como as necessidades expressas nos textos, desde a falta de alimentação, até os dramas psicológicos de quem é criado pelos avós em situações paupérrimas. Essas crianças carregam o trauma de terem sido abandonadas tanto pelo pai quanto pela mãe e a revolta, escrita até de forma inocente é perceptível no texto. Sexta-feira foi o dia da reunião com os responsáveis e a muitos avós não sabiam assinar o próprio nome. Não dá para simplesmente ignorar a vidinha dessas crianças sem se envolver emocionalmente e então a responsabilidade pesa mais em meus ombros, pois sinto como obrigação minha não me deter em simplesmente ensinar conteúdos, mas também orientá-las para a vida. E como ainda estão numa fase ingênua, tendem a assimilar conselhos que servirão de base para o futuro e já que a família não tem condições para orientá-los, cabe a mim mostrar o caminho. Eu abraço essa responsabilidade e respondo por mim visto que muitos colegas de profissão pensam o contrário. Espero que, ao longo do ano letivo, possa eu conseguir transmitir a eles os ensinamentos necessários para seguirem o caminho do bem, não desistirem da caminhada estudantil para que possam, no amanhã, se tornarem cidadãos críticos e dignos de respeito na sociedade. Sei que a tarefa de educar é árdua, mas eu estou disposta a investir e apostar em cada uma dessas crianças. Fé e persistência é o que não me faltam.  Boa noite.

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ O homem palmeira Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ



Na quarta-feira de cinza, saí para dar uma voltinha no centro da cidade, olhar o rio Negro repleto de embarcações que partiriam para Belém ou para o interior do estado do Amazonas. De onde eu estava, podia ver gente que descia e subia a escadaria, uns chegavam outros iam; o tempo é de estiagem e por isso, o rio Negro está bem abaixo da barragem e por isso, a areia da praia já estava formada o que preocupa as autoridades visto que poderemos ter uma seca prolongada, levando em conta que a época por aqui seria de chuvas constantes e isso não está ocorrendo. Ao longe, do outro lado do rio, vi a exuberância da selva, lá, tudo está verdinho e as  árvores altaneiras contrastam com a cor Coca-Cola do Negro. Depois de ficar ali, debruçada na muralha que separa o rio do Mercadão, fui passear no interior do mercado. Há praticamente de tudo nesse local, e na verdade, Mercadão é o apelido do Mercado Municipal Adolpho Lisboa, construído todo em art nouveau e inaugurado em 1883. Gosto de ficar passeando e olhando as artes feitas manualmente, às vezes compro algum trabalho que me chamou muito a atenção especialmente os feitos em madeira. Depois, fui tomar um suco, ao ar livre e fiquei pensando na vida, quando se aproximou um homem humilde aparentando uns cinquenta e poucos anos, carregando um saco com muitas mudas de palmeira asiática rabo de peixe. Ele saiu oferecendo e a dona da lanchonete começou a ironizar afirmando que as mudas eram de algum charco regional e não tinha nada de asiática. Então o homem começou a falar feito um biólogo, conhecedor de tudo o que é palmeira e isso me chamou muito a atenção. Como podia um homem tão simples ir nomeando palmeira por palmeira, até as que ornamentavam o mercadão, falando a origem de cada uma? E foi assim que ele completou o discurso: "dona, essa palmeira que vendo é original e no comércio de plantas, a senhora não vai encontrar por menos de oitenta reais a muda, eu estou vendendo a dez reais porque preciso pegar dois ônibus". Dito isso, eu fiz sinal e ele veio ao meu encontro, comprei uma muda e comecei a especular como ele sabia tanto sobre palmeiras. A conversa foi agradável e eu, pensando comigo mesma, confirmei o que sempre defendi: aprendemos a todo momento, seja com pessoas letradas, com crianças e também com pessoas que nunca tiveram a oportunidade de frequentar uma escola, tal como foi o caso do homem citado. Abraços afetuosos a todos. 

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ - Análise do conto A Carteira, de Machado de Assis - Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ



 "Não há ninguém mais fácil de enganar do que um homem honesto; muito crê quem nunca mente, e confia muito quem nunca engana."
(Baltazar Gracyán y Morales)

Narrador onisciente - sabe tudo sobre a história, demonstrando também, conhecimento sobre o que se passa na mente do personagem por meio da sondagem psicológica.
Personagens- Honório - Amélia, a esposa, Gustavo C. 
Espaço físico - Rio de Janeiro.
Tempo - cronológico e psicológico. Os fatos ocorrem rapidamente e é psicológico porque o narrador vai descrevendo as angústias de Honório.

Enredo

O conto gira em torno do personagem Honório, que é advogado, não bem sucedido na profissão, ele tem 34 anos, casado com dona Amélia e tem uma filha de quatro anos. Em casa, sempre recebe a visita de um amigo, o Gustavo, também advogado. A situação financeira  de Honório é péssima, visto que tem dívidas acumuladas devido a gastos que fazia com familiares e com a esposa que vivia entediada e se queixava da solidão a qual dizia sentir. Então foi justamente num dia em que saiu para procurar um agiota haja vista que tinha que pagar uma dívida no dia seguinte que encontrou a carteira a qual continha dinheiro suficiente para saldar os quatrocentos e tantos mil reis que devia. Essa era apenas uma das dívidas mais urgentes que precisava saldar. A partir desse fato, vamos conhecer as inquietações que povoam a mente de Honório em relação a devolver ou não a carteira que pertencia a Gustavo.

Comentários - adentrando na história:

Primeiramente, vamos analisar o nome do personagem principal, Honório, porque na literatura isso tem muita importância. Honório significa homem honrado, aquele que possui boa reputação e de certa forma, tal nome condiz com o perfil de Honório que se vê numa situação de dilema moral ao encontrar a carteira do amigo. Por outro lado, podemos perceber que a sociedade de 1884 é a mesma da atualidade, sociedade materialista, com raras exceções, habitada por pessoas solitárias e vazias as quais valorizam a aparência, a reputação superficial e nisso presenciamos a hipocrisia, pois a traição, que sempre foi condenada, se concretiza a portas fechadas. Honório é um homem dedicado à família e embora estivesse passando por sérios problemas financeiros, foi honesto ao perceber que a carteira encontrada pertencia ao amigo, decide então devolvê-la  sem entrar na privacidade dele, pois além do dinheiro, havia cartas e bilhetes dobrados. Assim, ao chegar em casa, encontrou o amigo e a esposa ambos um pouco preocupados. Logo que devolveu a carteira, Honório viu  o olhar desconfiado de Gustavo e ficou ressentido com a atitude do amigo, pois pensou que tal desconfiança se devia à enorme quantia em dinheiro. Amargamente se retirou do local e foi ao toalete para se preparar para o jantar. Enquanto isso, Gustavo devolvia a Amélia um bilhetinho, bilhetinho de amor que ela rapidamente rasgou em pedaços miúdos. Percebemos aqui a sordidez dessa mulher parasita que preenchia as horas ociosas agindo perfidamente, enquanto o marido contraía dívidas para oferecer a ela conforto e felicidade. Notamos que o tal amigo, era amigo da onça e trabalhando no mesmo meio em que Honório trabalhava, certamente conhecia a situação financeira ruim do amigo, embora no conto, o narrador ressalte que esse personagem não comentava com ninguém a situação pela qual vivenciava. Amigo verdadeiro não trai e quando pode, ajuda, porém essa não era a intenção do falso Gustavo que possuía uma boa situação financeira. Por fim, nesse conto, observamos meio perplexos o desfecho como a vitória do mal sobre o bem, mas foi por pouco, muito pouco mesmo que a verdade não veio à tona. E como estamos hoje? O conto reflete a realidade predominante dos dias atuais onde a honestidade, a generosidade e a fidelidade são tesouros contidos em poucos, em contrapartida, a deslealdade, a falsidade, a hipocrisia e a falta de amor ao próximo reinam soberanas na mente de muitos.
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