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quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Higiene Mental

O ano está passando rápido e eu comecei a me estressar com tantos compromissos. Já não sobrava tempo para mim; o estresse nos deixa com os nervos à flor da pele. 

Fiquei pensando num jeito de conseguir um tempinho para me cuidar, pois estava levando uma vida corrida e sedentária demais.

Pensei em fazer academia ou hidroginástica mas além de não encontrar no horário disponível, acho os exercícios muito monótonos. Depois pensei em fazer caminhada - porém não tenho companhia, além de que o sol da manha aqui é escaldante, judia demais da pele e dos cabelos.


Eu não podia continuar com a vida que estava levando, precisaria de algo que me possibilitasse fazer movimento e que não fosse monótono. 

Precisava de algo que me desligasse dos compromissos  para poder relaxar e fazer uma higiene mental. Foi assim que timidamente fiz matrícula na aula de dança.

E gostei, as aulas ocorrem duas vezes na semana e dá pra se desligar de problemas momentaneamente, aliado ao fato de ter a oportunidade de conhecer novas pessoas. 


O grupo que faço parte é de quarenta e duas pessoas, volto toda quebrada, contudo, vale a pena. Estou gostando muito porque há  brincadeiras e danças, uma higierne mental  a qual faz tempo que eu precisava. Beijos

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Viver: o eterno devir

"Devir é um conceito filosófico que qualifica a mudança constante, a perenidade de algo ou alguém."

Hoje acordei pensando:
- no tempo que andei perdendo
- nas lágrimas que andei vertendo
- por tudo que andei sofrendo.

E me pus a relembrar:
olhando as folhas que o vento leva
- na saudade que me desespera
- na vida de quem se entrega.


De tudo que edificamos
De tudo o que mais lembramos
e que na alma levamos:
- são pessoas que tanto amamos!

E continuei refletindo:
- No choro mudo, secreto
- na solidão das madrugadas
 - no anu que passou por perto
- chorando no meu deserto.


Permaneci observando:
- a noite a perecer
- o sol que chegou brilhando
para novo dia nascer.

As metáforas 'noite e dia'
nesses meus versos ecoantes
a todos nós anunciam:
- a vida é um devir constante.


E a vida renasce  nova
nos dando bela lição:
- todo dia se renova
- é movimento, é ação!

domingo, 9 de setembro de 2012

Viajando na Literatura: O Primo Basílio, análise da obra


"O Realismo é uma reação contra o Romantismo: o Romantismo era a apoteose do sentimento; - o Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos – para condenar o que houver de mau na nossa sociedade." 
(Eça de Queirós)

Grande obra da escola realista portuguesa que nos mostra a vida como ela é: dura, nua e crua ... rsrs. Romance que faz um inquérito da vida contemporânea portuguesa ou por que não dizer, da maior parte da sociedade indiferente ao país visto que o tema é universal?

 Primeiramente precisamos deixar claro que o alvo do romance O Primo Basílio, de Eça de Queirós é o ataque à hipocrisia da família burguesa de Portugal. Para isso, o escritor vai narrar um caso de adultério, talvez inspirado em Madame Bovary, de Gustave Flaubert que deu início a escola realista em  1857 - causando escãndalo na vida social francesa da época. A obra foi parar nas telonas tal qual O Primo Basílio.


ANÁLISE DA OBRA:

FOCO NARRATIVO:  a obra é escrita em terceira pessoa, por um narrador onisciente, isto é, aquele que escreve,  dirigindo o leitor para o seu ponto de vista com o intuito de induzi-los  a pensar sobre o comportamento dos personagens os quais agiriam conforme a influência do meio.

ENREDO:  O Primo Basílio é um romance profundamente realista cuja realidade esmaga o sentimentalismo e as carências afetivas da personagem principal, Luísa, o que é normal em se tratando de uma obra pertencente à escola do Realismo que chegou como crítica à escola romântica.

Logo no início, a obra apresenta a vida de Luísa e Jorge, um casal feliz a quem falta apenas um filho por ambos desejado. Mas Jorge parte a negócios para Alantejo e Luísa, solitária, se aborrece com a ausência do marido até a chegada de seu primo e primeiro amor Basílio.

Basílio havia viajado para o Brasil, depois de se ver arruinado financeiramente e abandonado por Luísa. Após sete anos, voltou a Lisboa em melhor situação financeira. Ao rever a prima, passa a desejá-la para uma aventura com a intenção apenas de abrandar-lhe o tédio pois passaria na capital somente o tempo para realizar negócios - ele detestava a vida provinvianma.

Assim, Basílio passa a assediar a prima que cedee às falsas afirmações de paixão, declarada por ele e julgando amá-lo, comete adultério. O caso é descoberto pela criada Juliana, mulher ressentida, invejosa  e frustrada que procura por uma prova da traição e encontra uma carta de um dos amantes.

De posse da carta, Juliana passa a chantagear a patroa. Abandonada pelo amante que foge para Paris, Luísa não suporta tanta pressão por parte da empregada, mais o desprezo do amante e morre.

PERSONAGENS PRINCIPAIS:

Luísa, Basílio, Jorge e Juliana são os personagens centrais da obra.
Luísa, personagem frágil, sentrimentalista, romântica e ociosa. Passava horas lendo romances. Nela percebemos uma dura crítica ao Romantismo.

Basílio: irresponsável, cínico, julgava-se superior a todos e as mulheres para ele eram apensa tidas como objetos sexuais.

Jorge: homem calmo, responsável, compromissado com a família mas acima de tudo, humano pois se reage com revolta ao saber da traição da esposa, a perdoa e faz de tudo para que ela não morra.

Juliana: invejosa, curiosa, encontrou o segredo que tanto precisava e de posse dele, fez a patroa virar serva sua.

PERSONAGENS SECUNDÁRIOS:

Conselheiro Acácio, Dona Felicidade, Ernestino, Julião Zuzarte e Sebastião.

ESPAÇO ONDE OCORRE A HISTÓRIA:

Há dois espaços geográficos na obra: Lisboa e Paris.  Em Lisboa o autor expõe as personagens principais. Paris é o cenário dos encontros infiéis entre Basílio e Luísa.  Mas para desgraça de Jorge , não podemos deixar de mencionar o Alentejo, o espaço que rouba Jorge de Luísa, deixando-a num marasmo sem fim.

CONCLUSÃO:

 O Primo Basílio é um romance de Eça de Queirós. Publicado em 1878 onde critica duramente a família burguesa do sec. XIX de Portugal. A crítica à escola romântica é latente na figura de Luísa que por não ter o que fazer, passa o tempo lendo esse tipo de literatura que a conduz a um estado de alienação onde a razão deixa de comandar seu pensamento, lançando-a a um idelaismo romântico cujo ápice culmina em infidelidade com o primo cafajeste e posteriormente, o preço pago com a própria vida. O tema não deixa de ser  atual pois aborda essa questão  pertinente aos dias de hoje - embora atualmente o fato de ser infiel parece ser visto de forma normal visto que ser infiel por mera aventura, já é rotina de muitos. Portanto, a corrupção da família demonstrada por Eça de Queirós continua mas já não é vista como um pecado abominável, talvez, devido à frieza de corações materialistas  inatingíveis pela graça do amor. O autor representante da escola realista cumpriu seu papel de nos mostrar a vida como ela é.
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