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sexta-feira, 20 de maio de 2011

Peregrinando na Longa Noite !

E foi aí que ele me disse, aplicando a injeção, não chores, a partir da meia - noite, a tendência é clarear.

E então chegou a negra hora de eu encarar de frente a realidade. Quando amamos é fácil se iludir porque julgamos erradamente que o outro nos ama. E achamos que, se não escreve, é porque não tem tempo. Ledo engano ! Como ficamos cegas, surdas diante de uma realidade contundente ? Fico indagando por que nos recusamos a ver o rosto que se esconde por detrás da máscara da face ? Nessas horas, parece que a visão fica encoberta por uma venda criada por nós por querer usufruir um pouco das migalhas de felicidade que caem da mesa de quem não tem sentimento nenhum a oferecer. Ah ! como esse mundo seria bom se todos pudessem compartilhar da mesma emoção, do mesmo amor ? Talvez o que nos faz apegar em alguém seja justamente porque sabemos que o amor é jóia rara e quando o encontramos, se torna o maior tesouro nosso. Esquecemos que, para sermos felizes no amor, há que haver reciprocidade de sentimentos. Um não ama por dois pois o amor exige sempre correspondência mútua. Amar sozinha acompanhada ? Melhor ficar só. E o pior chega, quando percebemos que além de não sermos amadas, o coração do amado está ocupado por outra. Ontem, como num insight, a luz da razão, ao somar os prós e contras, iluminou minha mente pra algo que o coração se recusava a aceitar...e prantos de rios de lágrimas desciam copiosamente das janelas da alma. Não resisti, fui ao hospital, preferi dormir por lá. As pessoas não sabem o quanto dói uma rejeição mas nós vivemos num devir constante e eu não cometo o mesmo erro duas vezes, tal qual afirmava Heráclito, filósovo que viveu no período pré socrático: "não se toma banho nas mesmas águas de um rio duas vezes" porque as águas do rio não vivem paradas.E na dor também se aprende. Se aprende a não confiar, se aprende a adquirir um coração fechado, inerte, sempre pronto a se defender dos outros porque a cicatriz está ali, para nos lembrar experiências dolorosas, marcadas indelevelmente no interior do coração. Este blog tem assumido fielmente o seu título: O Pranto da Alma e nada escrito aqui é feito com esse intuito mas sim porque ele é o reflexo do que vivo. Depois de uma longa noite onde fui assediada por pensamentos de morte e de uma longa conversa com Jesus, peregrinei na noite escura numa grande ala de um hospital. Tenho  pago um preço muito alto pra viver e ese preço chama-se sofrimento. Certamente em outra vida, se é que existiu uma vida anterior a esta, fui alguém muito perversa e orgulhosa. Não gosto da minha índole, gostaria de ser mais dura, mais fria, mais indiferente haja vista que as pessoas desse tipo parecem ser mais aceitas por onde vão e não sofrem tanto. Voltando pra casa, fiquei olhando o sol que despontava, sabendo que a vida é uma eterna incerteza e por si só, é surpreendente. Comecei a fazer o esquema, meu projeto pra reiniciar uma nova vida. Eu conheço os passos: devo queimar toda lembrança, livros, música, mensagens, cortar relação definitivamente para recuperar o que eu fui antes de isso tudo começar visto que eu estava muito bem, obrigada, com o coração vazio, desocupado. Eu era feliz e não sabia, mesmo porque é bem melhor ter o coração deserto do que ter dentro dele alguém que apenas ocupou espaço, ludibriando, fingindo brincar de amor. Mas a minha consolação vem da Bíblia que, sabiamente  afirma:

"Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia para a sua própria carne, da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito, do Espírito colherá vida eter­na. E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos. Por isso, enquanto tivermos oportunida­de, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé." ( Gálatas 6 V 7, 8, 9, 10  )

Sim, de Deus não se zomba, aquilo que o homem plantar, isso também colherá. Quem planta dor, colherá dor, quem planta amargura, colherá amargura. 

By: Scarlet Mayara

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