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domingo, 6 de novembro de 2011

SÉCULO XXI - A Morte do Amor ?


Enquanto partia o pão genuinamente integral feito a partir de uma receita caseira da família que vem passando de geração a geração, fiquei refletindo sobre a desvalorização a que está submetido o amor, nos tempos atuais. Hummm, passei a manteiga no pão, feita por mim, ouvindo o cantar do meu velho amigo da madrugada, o galo; ouvir o seu canto todos os dias, é garantia de que ele está vivo, ainda não foi parar na panela. Voltando a nosso tema, pensei no tipo de relacionamento mais em voga como o "ficar". Que relação mais vazia ? Ela é marca registrada deste século e sei que há quem goste de viver momentos fugazes, sem compromisso, nem  mesmo com seus valores mais íntimos, provenientes da alma. Respeito quem faz o "sexo pelo sexo" mas não oferto meu corpo nesse holocausto onde o que vale é simplesmente o prazer sexual. Jamais conseguiria sentir esse prazer com alguém que mal conheço. Vivemos na época da tecnologia, da velocidade, e isso inclui a ânsia de preencher rapidamente aquela angústia desenfreada que assola a alma onde muita gente pula precipitadamente uma etapa ao conhecer alguém: sôfrego, a intenção nada mais é que suprir uma carência momentânea que dificilmente será satisfeita visto que o que precisamos para amenizar a carência é de carinho, proveniente de quem amamos.  Desta forma, as pessoas pulam uma fase linda da vida, a de conhecer intensamente o outro, a outra. Essa fase é essencial em todo e qualquer relacionamento, seja no campo virtual ou real e neste sentido, ainda me sinto privilegiada haja vista que me dou ao luxo de me envolver e confiar com pessoas que teclo. Evidente que corro o risco de, mesmo agindo assim,  me decepcionar. Volto à pergunta: o amor morreu ? Não, o amor está apenas amordaçado, algemado, congelado, sufocado pelo espírito material dominante deste século: ele é espiritual  e transcendental -  não podemos explicá-lo com palavras. Estou aqui dando ênfase  ao sexo e a relação furtiva, ocasional visto que na minha concepção, só deveríamos nos unir sexualmente com quem tivéssemos muitas afinidades para a plenitude ser completa. Acredito também que treva é treva e luz é luz de forma que transar é algo muito forte para se banalizar tendo em vista que por ocasião do orgasmo há uma liberação de energia durante o ato - não gostaria de compartilhar minha energia com gente da treva, por exemplo. Assim, penso que o amor não morreu,  meu amigo, minha amiga, o que vem definhando são os valores e comportamentos bem como a diversidade de parceiros/as .. amor é flor de jardim cultivado ... rsrs ... que uma vez recebendo os devidos cuidados, continuará aceso nos corações de quem sabe manter o gás que o nutre, reconhecendo-o como a força que nos impulsiona a ultrapassar os muros mais altos que se nos apresentam ao longo desta vida efêmera.



                                                          Scarlet Wind

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