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terça-feira, 12 de novembro de 2013

INTERTEXTUALIDADE - a pedidos.

CONCEITO


Pode-se definir a intertextualidade como sendo a criação de um texto a partir de outro já existente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções diferentes que dependem muito dos textos/contextos em que ela é inserida. Evidentemente, o fenômeno da intertextualidade está ligado ao "conhecimento do mundo", que deve ser compartilhado, ou seja, comum ao produtor e ao receptor de textos. O diálogo pode ocorrer ou não em diversas áreas do conhecimento, não se restringindo única e exclusivamente a textos literários. Mas aqui, atendendo a solicitação de um aluno, faremos um texto literário, como exemplo para a criação de outros.




O PROMETIDO

Zeca e Maria moravam na China e já namoravam um tempo. O país era rigoroso e mantinha uma fiscalização rigorosa em relação aos namoros, pois a cidade era super povoada e as autoridades viam no excessivo crescimento da população a causa das gritantes mazelas sociais, assim o governo desumano lançou uma lei a qual afirmava ser proibido mulheres engravidarem naquele ano. Por isso, Zeca namorava consciente de que não poderia passar de beijos e abraços. Um dia, Maria, num desses encontros românticos, a moça afirma a Zeca que estava grávida, mesmo sem ter tido contato com homens. Disse também que tivera um sonho estranho no qual  um ser superior a escolheu para ser a mãe de uma criança que ajudaria a libertar o povo cativo da China. Com essa história, Zeca se entristeceu e se afastou de Maria. O tempo foi passando e Maria sofreu o desprezo da família e por isso, foi morar no campo. Um dia, Zeca foi visitá-la e disse que ela precisava sair dali urgentemente, pois o duro governante Ching Xô estava preparando uma visita surppresa, ainda naquela noite e mandaria matar toda criança de zero a dois anos. E era dezembro, época de muito frio naquela região. Assim, compadecido com a situação da namorada, Zeca ajudou a garota a subir no seu jumento, levando poucas coisas porque sendo pobre, ela não tinha nada para levar. E assim, os dois partiram para o Afeganistão, cidade que ficava a setenta e dois quilômetros dali. Enquanto isso, a china era lavada pelo sangue de inocentes e as mães  em prantos, enterravam seus pequenos bebezinhos. Passado alguns dias, o casal chegou à noite na cidade e o movimento era intenso. Muitas pessoas buscavam os hoteis para passarem o fim de semana e Zeca era mais um. Ele juntara o dinheiro que recebia na carpintaria, visando o casamento com Maria, bem antes de ela engravidar, não era muito, mas com certeza daria para pagar um quarto para ambos. Então, eles passaram por várias hospedagens, todas já estavam repletas e Zeca já não sabia o que fazer visto que Maria estava sentindo dores, as dores do parto. Pensativo, embaixo de forte neblina e frio, com muito cuidado, o homem conduziu a mulher no jumentinho e partiram para a zona rural onde encontraram uma fazenda fechada como se os proprietários houvessem saído em viagem. Zeca fez de tudo para abrir as portas da frente e as do fundo, sem conseguir, a sorte foi que ouviu um mugido na estrebaria. Rapídamente, pegou uns lençois forrou num cantinho, depois carregou Maria nos braços e a acomodou. E ali, naquele fim de mundo, no estábulo, rodeado de animais, Maria deu a luz com auxílio de Zeca à criança que trazia consigo a promessa e a esperança de um novo mundo onde a vida fosse respeitada. Era vinte e quatro de dezembro de dois mil e treze, emocionado, Zeca perguntou qual seria o nome da criança, beijando o bebezinho, Maria respondeu: ele se chamará Emanuel que significa Deus conosco.

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(Intertextualidade Textos originais: Mateus 1 e Lucas 2 da Bíblia Sagrada.

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