O estilo literário romântico durou aproximadamente 40 anos (1825 a 1865) em Portugal. Depois começaram a surgir as críticas a este movimento que postulava a emoção acima da razão, a Questão Coimbrã (1865) foi basicamente uma especie de revoluçao na área das
letras contra o Romantismo no século XIX. Protagonizada por estudantes de Coimbra (Eça de Queirós, Antero de Quental e outros. Eça de Queirós foi um dos críticos que mais combateu a estética do romantismo, É dele esta afirmação: (...)
o Realismo é uma reação contra o romantismo: o romantismo era a apoteose do sentimento; o realismo
é a anatomia do caráter, é a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos
próprios olhos - para nos conhecermos,
para que saibamos se somos verdadeiros ou falsos, para condenar o que houver de
mau na nossa sociedade.” Eça inaugura a escola realista em 1875, com a obra O Crime do Padre Amaro onde denuncia a corrupção do clero que manipulam a população em favor da elite, bem como a questão do celibato ao apresentar a vida sexual dos religiosos, destacando também a vida de hipocrisia da sociedade. Evidente que esta primeira publicação não se efetivou porque o autor foi obrigado a modificar certas partes da obra visto que atingia em cheio a religião. Assim somente em 1880 a obra foi publicada.
CARACTERÍSTICAS DAS OBRAS REALISTAS
CARACTERÍSTICAS DAS OBRAS REALISTAS
- Veracidade: Demonstra o que ocorre na sociedade sem ocultar ou distorcer os fatos, desmonstrando o interior do ser humano.
- Contemporaneidade: descreve a realidade, fala sobre o que está acontecendo de verdade. Aos realistas o que importa é o momento presente.
- Retrato fiel das personagens: caráter, aspectos negativos da natureza humana e análise psicológica.
- Gosto pelos detalhes: isso torna a narrativa lenta.
- Amor: a mulher como objeto de prazer, o adultério.
- Denúncia das injustiças sociais: procura salientar as injustiças e a impunidade.
- Determinismo e relação entre causa e efeito: o estilo realista busca uma explicação lógica para as atitudes das personagens, considerando a soma de fatores que justificasse suas ações. Na literatura naturalista, dava-se ênfase ao instinto, ao meio ambiente e à hereditariedade como forças determinantes do comportamento dos indivíduos.
- Linguagem próxima à realidade: simples, objetiva, natural, clara e equilibrada.
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