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sábado, 4 de maio de 2013

Literatura: O Realismo em Portugal


O estilo  literário romântico durou aproximadamente 40 anos  (1825 a 1865) em Portugal. Depois começaram a surgir as críticas a este movimento que postulava a emoção acima da razão, a  Questão Coimbrã (1865) foi basicamente uma especie de revoluçao na área das letras contra o Romantismo no século XIX. Protagonizada por estudantes de Coimbra (Eça de Queirós, Antero de Quental e outros. Eça de Queirós foi um dos críticos que mais combateu a estética do romantismo, É dele esta afirmação:   (...) o Realismo é uma reação contra o romantismo: o romantismo  era a apoteose do sentimento; o realismo é a anatomia do caráter, é a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos -  para nos conhecermos, para que saibamos se somos verdadeiros ou falsos, para condenar o que houver de mau na nossa sociedade.” Eça inaugura a escola realista em 1875, com a obra O Crime do Padre Amaro onde denuncia a corrupção do clero que manipulam a população em favor da elite, bem como a questão do celibato ao apresentar a vida sexual dos religiosos, destacando também a vida de hipocrisia da sociedade. Evidente que esta primeira publicação não se efetivou porque o autor foi obrigado a modificar certas partes da obra visto que atingia em cheio a religião. Assim somente em 1880 a obra foi publicada. 

CARACTERÍSTICAS DAS OBRAS REALISTAS

  • Veracidade: Demonstra o que ocorre na sociedade sem ocultar ou distorcer os fatos, desmonstrando o interior do ser humano.

  • Contemporaneidade: descreve a realidade, fala sobre o que está acontecendo de verdade. Aos realistas o que importa é o momento presente.

  • Retrato fiel das personagens: caráter, aspectos negativos da natureza humana e análise psicológica.

  • Gosto pelos detalhes: isso torna a narrativa lenta.

  • Amor: a mulher como objeto de prazer, o adultério.

  • Denúncia das injustiças sociais: procura salientar as injustiças e a impunidade.

  • Determinismo e relação entre causa e efeito: o estilo realista busca uma explicação lógica para as atitudes das personagens, considerando a soma de fatores que justificasse suas ações. Na literatura naturalista, dava-se ênfase ao instinto, ao meio ambiente e à hereditariedade como forças determinantes do comportamento dos indivíduos.

  • Linguagem próxima à realidade: simples, objetiva, natural, clara e equilibrada.
Conclusão: se a estética romântica apregoava o sonho e o amor, a escola realista calca os pés na realidade, demonstrando a vida como ela realmente é, sem fantasia e ilusões. Para isso, o autor faz uma sondagem psicológica dos protagonistas, demostrando as verdadeiras intenções de cada um,  onde a imfidelidade é marca constante nas obras e os casamentos são de mera aparência. O sexo é fonte de prazer não estando aliado ao amor, embora nas personagens femininas de Eça de Queirós, as mulheres se deixem ludibriar ainda pela ilusão romântica, tornando-se, dessa forma, vítimas das abordagens masculinas, recebendo a hostilidade da sociedade por terem se entregado a uma paixão só sentida por elas. Portanto, a sociedade burguesa é apresentada como hipócrita porque condenava nas personagens aquilo que também praticava "por debaixo dos panos."

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