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terça-feira, 22 de maio de 2012

Promessas Feitas de Brisa ...


(imagem Google)

Mal bateu a campa da saída, os alunos desciam do segundo andar, naquela euforia. Era perto de onze e trinta da manhã e Açucena descia tranquilamente, sem pressa, quando Daniel esbarrou nela e com o olhar muito sério, a garota então com quatorze anos, encarou-o e disse:
- Vê onde pisa, ô moleque!
Daniel, gargalhando respondeu:
- Deixa de ser boba! Vamos ver quem chega primeiro lá na saída?
Com um sorriso irônico, Açucena respondeu:
- Vamos, vou contar: 1, 2, 3 ... Jáaaaaa!
Daniel desceu as escadas o mais rápido possível, enquanto a garota seguia em passos vagarosos. A idade de ambos era a mesma porém as meninas amadurecem mais rápido do que os meninos e no âmago de seu ser, Açucena sabia disso. Ao chegar na saída, Daniel estava ofegante e zangado, reclamou:
- Qual é, garotinha, quer me fazer de bobo, é?
Com um meio sorriso, Açucena respondeu:
- Bobo é você que esqueceu que cresceu e não é mais criança! Essas brincadeiras de moleque, Daniel, não servem mais pra mim. Passou, entendeu? 
- Tá bom, tá bom, não precisa ofender. Posso ir junto até tua casa? De lá eu pego a rua Maués e vou pra minha.
- Não preciso de companhia e depois, minha mãe não gosta que eu ande acompanhada com moleques feito você... 
- Eu, hein, você é muito complicada, como toda garota chata! Vai sozinha, vai, não é meu caminho mesmo!
E assim, sem se despedirem, cada um seguiu seu caminho. Açucena ia pensativa, já estava com quatorze anos e  pensava em trabalhar pois a situação financeira da família não ia nada bem, mas sabia que na idade dela, era difícil conseguir emprego. E assim, absorta em pensamentos, prosseguiu , virou a esquina,  parando em frente ao cine Éden para olhar os cartazes dos filmes. Nesse instante, um casal se aproximou e perguntou a ela se tinha interesse em trabalhar; assustada, ela explicou que gostaria sim,  embora não tivesse idade para isso. O homem então começou a explicar que o trabalho não exigia maioridade pois era um trabalho com fotos e ela receberia conforme as sessões que fizesse.  Coincidentemente, Açucena  tinha experiência nisso e pensou que estava sendo abençoada pelo fato de vir justamente pensando em trabalho e além disso, tinha experiência com fotos, tendo em vista que  um amigo de seu irmão, abriu um estúdio e pedira a ela que posasse  visto que precisava de fotos para decorar o estúdio. Desta forma, os olhos da garota brilharam de esperança, agradeceu ao casal e falou que precisava pedir consentimento aos pais.  O homem aparentava uns trinta e cinco anos e a mulher uns quarenta. Educadamente, ele pediu para Açucena o acompanhar até o estúdio o qual não ficava distante dali, ela iria só para fazer uma ficha cadastral. A garota, meio desconfiada, não sabia se ia ou não, mas devido a insistência, seguiu-os.  Por fim, chegaram em frente a um prédio não longe dali e o estúdio do homem ficava no segundo andar, até aquele momento, a  mulher nada dissera. Entraram, ele mostrou as fotos que vinha fazendo com outras adolescentes e depois pediu a Açucena que bebesse uma cerveja com eles; a mulher que o acompanhava já estava no segundo copo. A garota explicou que não podia beber, que nunca ingeriu bebida  pois seguia os conselhos dos pais os quais diziam para ela nunca beber em hipótese nenhuma.. Contudo, o homem insistia e dizia que todas as garotas da sociedade bebiam e isso fazia parte da vida em sociedade. Assim, não acostumada a beber, Açucena bebeu um copo, não gostou e logo se sentiu tonta, a mulher entrou para o quarto e quando o homem tentou abraçá-la, ela juntou todas as forças e deu-lhe um chute entre as pernas dele. Depois, saiu correndo desesperadamente, pensando: "por que não aceitei a companhia do bobão do Daniel? Não vou nem comentar com a mamãe isso, é capaz de ela me tirar da escola.!" 
Mesmo tonta pelo efeito da bebida, ela chegou em casa e foi direto para o banheiro; enquanto a água escorria pelo corpo, ela pensava consigo mesma: "ser pobre é triste, escapei por pouco, pobre não tem direito de sonhar, agora, a partir de hoje, não me deixarei levar por conversa fiada de ninguém". Após isso, enrolada na toalha deu um abraço nos pais, se dirigiu ao quarto, deitou-se na cama e adormeceu profundamente. Pelo menos dormindo, ninguém jamais poderia lhe fazer nada de mal.

2 comentários:

  1. Olá Scarlet ^^ rsrs


    Toda vez que passo em seu blog vejo ele mais chique xD rsrs


    Me sinto em pleno outono agora =P rsrs


    Gostei da história =)


    Uma vez eu estava indo estudar e passou um cara de carro oferecendo carona, dizia ser amigo de um professor e que estava indo para a escola também, na mesma hora eu desconfiei, afinal, nunca havia visto o cara antes, e rejeitei a carona, ele insistiu e eu continuei rejeitando. Quando ele viu que eu não iria aceitar, ele entou numa rua e foi embora, não passou nem em frente a escola.


    Quando um estranho vem oferecendo carona assim, ou é um pervertido ou um político ¬¬"


    kkkkkkk =D


    Beijos Scarlet ^.^

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  2. As histórias narradas aqui são verossímeis, pode acontecer com qualquer pessoa, no caso, adolescentes. Vc se livrou, que bom ...

    Infelizmente no Brasil, esses caras abusam da necessidade de meninas e meninos. Há muitos casos de abuso sexual nos jornais feitos por homens com mais de 60 anos no interior daqui.

    Muitas vezes, com consentimento da mãe que deixa crianças de 12 anos fazerem sexo por dez reais com esses senhores "idosos". E para ter uma graninha a mais, elas não têm só um parceiro.

    Quando a polícia descobre, eles alegam que a menina consentiu. Vão em cana mas são logo soltos.. É nesse mundo cão que vivemos...Bjssss

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