Para alguns, natal é dia de festa e alegria, já para outros, momentos em que se recolhem para dentro de seu casulo interior. Faço parte desse segundo grupo, embora não mais me isole tanto, depois que comecei a frequentar o yahoo. Nessas datas em que bate aquela melancolia onde desejamos ficar sozinhos, sem visita de ninguém, amigos virtuais são sempre bem vindos porque nos entendem. Ontem, na escola, eu consegui resgatar a origem de um dos fatores do porquê de tanta sensação de vazio e angústia que sinto com a aproximação do natal. Diante de tantas situações adversas, lembrei que vovó Olinda nasceu dia de natal e perto dos sessenta e três anos, caiu gravemente enferma; eu nunca havia passado pela experiência da dor causada pela perda de alguém da família, estava com dez anos e até então, meus parentes eram eternos. No dia vinte e quatro de dezembro, havia muita alegria na rua e todos estavam felizes mas quando a noite tenebrosa chegou, minha mãe chamou correndo a mim e a minhas duas irmãs maiores pois a vovó estava se indo e seu pedido final, era que as netas cantassem Noite Feliz; mamãe não conseguiu cantar visto que considerava vovó Olinda mais que a mãe biológica e nós, as três netas demos as mãos e num momento muito tenso, cantamos. Essa é uma das imagens mais tristes que guardo na minha memória,e quem sabe, daí venha a minha melancolia por ocasião do natal.
Scarlet Wind
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