"O preconceito está na maldade dos olhos de quem vê, e na ignorância de quem acha que sempre está com a razão." ( Léo Cruz )
Durante um ano e sete meses trilhamos juntos agarradinhos a mesma estrada; fazíamos planos, éramos confidentes, amigos íntimos, amantes. E parece que a cada passos dados, mais fortalecia nosso amor. Às vezes, éramos acometidos pelo ciúme que não nos fazia mal, só servia para nos unir mais ainda. Não sabíamos que a velha serpente nos rondava tal qual sondou Adão e Eva no paraíso, incomodada por ver tanto amor, tanta harmonia. E esta mesma serpente te picou, te envenou e sob efeito do veneno, não conseguiste discernir que a dose letal recebida foi pra o que de mais precioso tínhamos. Não tínhamos riqueza nem bens materiais, tínhamos um ao outro em cumplicidade, reciprocidade e muito amor. A antiga serpente, já havia tentado outras vezes, não conseguindo seu intento, se afastou com o intuito de preparar uma dose mais forte contra ti. E não resististe, deste ouvidos a ela, ficando surdo a minha voz. E tudo que era lindo, lindo se acabou e houve festa no inferno, novamente, como no Éden, o amor saiu derrotado. Agora sigo sozinha a caminhada, levando no coração lembranças do que um dia fomos e ela, a serpente traiçoeira jubila-se de ter obtido mais uma vitória. O veneno usado ? falso testemunho, intriga, discórdia. Mas um dia, chegará a vez dela onde Jesus esmagará a sua cabeça e finalmente todo o mal expelido por ela será extirpado da terra. Vou seguindo o mesmo caminho com o mesmo objetivo, levando o filhinho ao colo que precisa ser alimentado com a minha esperança. Deixei de te amar ? Não, jamais - só não sei se quando a serpente soltar a casca e tu vires estupefado o monstro que ela é, conseguirás me alcançar nesta caminhada.
