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terça-feira, 10 de maio de 2011

No Vale Sombrio da Dor.

"Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam." Salmo 23 V 4


 Todos temos problemas: problemas financeiros, problemas afetivos e raramente, problemas de saúde. A maioria dos problemas de saúde que acometem as pessoas são comuns a maioria. Levando em conta esse tipo de problema, passamos a nos preocupar e dá grande importância aos demais problemas. Li certa vez que nosso cérebro é mentiroso: aumenta os nossos problemas normais e cria monstros de insegurança que muitas vezes não possuem conexão com a realidade. Isso nos rouba a tranquilidade e de tanto darmos ouvidos a esse cérebro corremos o risco de perder pessoas que amamos ou adoecer de depressão. Problemas de saúde sempre tive. Desde problemas simples a graves. Mas nada que alterasse a minha vida diária. Daí que direcionava minha atenção a pequenos problemas os quais meu cérebro mentiroso costumava ampliar diariamente, sempre insistindo nas suas falsas idéias. Com isso, eu padecia, sofria, chorava, caía em depressão. Há dez dias atrás, me apareceu uma dor, uma dor diferente, seguida de febre alta. Pela primeira vez na minha vida, experimentei um tipo de dor resistente a analgésico. No príncipio resisti, mas como não me alimentava fiquei debilitada a ponto de passar dia e noite dormindo a intervalos de 2 em 2 horas. Acordava andando no vale da dor.  Eu que jamais gemia diante de uma dor, me vi urrando de dor, perdendo a noção de dias e horas pois só estava em paz, quando dormia as duas sagradas horas. Acordar, era abrir os olhos para o pesadelo da dor. Passei por três hospitais, faziam os exames, me liberavam porque os exames afirmavam estar tudo em ordem. Os médicos só começaram a se preocupar, quando perceberam que nesse tempo a febre não dava arrego. Na metade da trajetória, quando já não aguentava mais de dor, queria a morte, o sono eterno e nem me lembrava das velhas picuinhas que tanto me faziam sofrer. Na última emergência me internaram. Deu pra dormir a base de soro e medicação. Novamente repetiam diversos exames. Tive alta, os exames não acusavam nada, embora o médico da clínica anterior tivesse escrito no atestado que meu caso era grave e urgente. Eu deveria retornar o dia seguinte para mais uma sessão de exames.Decidi que não voltaria mais, compraria uns medicamentos antigos e já planejava o enterro: sem velório, duas horas pra visitação, enterro logo a seguir. Eu queria evaporar. Fiz o que minha consciência mandou: comprei um anti inflamatório antigo, analgésico tb antigo e dois tipos de vermifugos dose únicas. E parti pra ação. O anti inflamatório deveria ser tomado de 8 em 8 horas. Tomei as duas primeiras doses, tomei um banho, me olhei fixamente no espelho como se me despedisse de mim. Dormi profundamente sem a pausa das duas horas mas acordei com febre de 40 graus. Gemi de dor na madrugada silenciosa. Tomei o analgésico e a terceira dose do anti inflamatório. Voltei a dormir, agora decididamente viver não valeria mais a pena. Caí num sono profundo com dois cobertores fortes em cima de mim, na esperança de não mais acordar. Mais tarde acordei assustada: não sabia se estava viva tal era o trauma que estava vivendo. Fiz um café forte, não desceu: nada descia, só líquido. Tomei um suco bem gelado, me senti bem e fui pro ritual do termômetro. Surpresa: sem febre depois de dez dias. Pensei: " de tanto uso, esse termômetro estragou, mas daqui a duas horas, meço de novo." Assim, passei o dia inteiro e o termômetro esbarrando a marca da normalidade: sem febre, sem dor, apenas fraca pelos dias de jejum. Duvidei e no fim da tarde, pedi o termômetro da vizinha emprestado....No dela também a temperatura estava normal. Dei um sorriso de alegria, ainda não era a hora de voltar pra casa do pai. Olhei o fim de tarde, havia chovido muito e eu nem tinha percebido e a meus olhos era uma linda paisagem ... paisagem que signicafava que saí do vale sombrio da dor, venci mais uma tempestade. Os antigos problemas que tanto me atormentavam eram grãos de areias, insignificantes diante de tudo que passei. Acredito que se tivesse ficado nas mãos dos médicos, estaria morta com uma justificativa qualquer. E viva a vida sem dor, sem tristeza. Sim, por que não ?Em nenhum momento perdi a fé em Jesus porque se chegou um momento em que não tive medo da morte é porque tinha certeza que Jesus me colocaria num bom lugar espiritual, livre de toda dor:

"Eu sou a porta. Quem entrar por mim será salvo; poderá entrar e sair, e encontrará pastagem. O ladrão vem só para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância." João 10 V 10

By: Scarlet Mayara

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