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sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Separação, Melancolia, Luto, segundo Freud



Gosto das teorias de Freud para explicar situações que são inerentes a todos; há um texto dele chamado "Luto e Melancolia"  onde explica que a perda de um amor iguala-se, dum certo modo, à morte física de uma pessoa. O estado de luto, onde a tristeza prevalece, difere-se do estado melancólico, uma vez que a melancolia é considerada pelo psicanalista como uma patologia. (doença).  Sabemos que o luto e a melancolia se apresentam em situações muito semelhantes ao longo da vida, sendo que o luto  está relacionado à perda, enquanto que a melancolia, sinônimo de depressão, o mal que tanto assola a humanidade deste século. O luto, para o pai da Psicanálise, não está apenas ligada à morte, exatamente por ser uma condição ligada à perda, mas para que esse sentimento de perda seja considerado 'luto' o impacto psicológico dessa perda deve ser  superado num determinado tempo, não muito longo. Se o indivíduo em luto não conseguir tocar a vida normal, fechando-se para a vida, as características do luto vão se aproximar da melancolia, constituindo-se aos poucos em doença psíquica. Neste caso, desânimo, perda de interesse por atividades normais e vontade de se isolar, seguidos pelo sentimento de auto-recriminação e culpa serão visíveis em pessoas que tem a predisposição a adquirir a neurose obsessiva. No Luto normal, a perda de um ente, traz como consequência a dificuldade de adotar outro alvo de amor e libido, impulsionando o indivíduo ao desvio da realidade.Entretanto,o normal é a superação deste estado, não de forma imediata, mas sim paulatinamente. Já com relação a melancolia, Freud salienta que se trata de uma alteração psíquica relacionada a uma elaboração anormal do luto em que o indivíduo ao perder, perde juntamente, numa linguagem popular, a si também, por isso mesmo prefere viver fora da realidade. Comparando o luto e a melancolia podemos afirmar que o luto está ligado intrinsecamente com a baixa autoestima e pode estar associada à insônia e perda do apetite. Neste sentido, segundo Freud, a libido sem ter direcionamento, conduz o afeto a revoltar-se  contra o ego, resultando  na perda de uma parcela da identidade do indivíduo e com isso, o sofrimento é inevitável devido a este conflito interior. Em certos casos de melancolia onde a pessoa não busca ajuda de um profissional nem tem apoio de alguém próximo, a opressão sentida vai culminar em suicídio. Portanto,  na melancolia o ego sucumbe, já no luto normal no que se refere a perda, por exemplo, de um amor, ao voltar o interesse por outra pessoa e ser correspondido, a libido supera o trauma, tornando essa pessoa apta para seguir confiantemente adiante. Por tudo o que vimos, pessoal, fica claro o seguinte: existe o luto natural, aquele que superamos fácil; quando esse luto não é superado, transforma-se em melancolia a qual é considerada doença psíquica, resultante de traumas pelas perdas que temos. A meu ver, o apego exagerado a alguém vai nos conduzir a esse estado doentio, logo não devemos entregar a nossa identidade, o nosso ser a outra pessoa, a não ser a Deus. Só Ele merece toda a honra e todo louvor. Ele sim, deve estar sempre em primeiro lugar na nossa vida. Grande beijo, paz e bem.

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