Ontem, finalmente armei a árvore e à noite participei de um amigo secreto na escola. Demoro sempre a entrar no clima natalino e sempre passo um período de melancolia; depois de pensar muito sobre o porquê dessa tristeza, percebi que ela é devida simplesmente a saudades que sinto de outros natais.
Natais que não voltam mais. Natais que participava junto com minha avó que armava um presépio e fazia dessa data, uma data especial. Para ela, natal era simbolicamente, o aniversário de Jesus. Nunca ouvi ela falar em papai Noel - ela era excessivamente religiosa.
Já minha mãe, passava o ano guardando um trocadinho para comprar uma lembracinha para os filhos; pensávamos que era presente do papai Noel; dos seis aos oito anos, acreditei que papai Noel existisse. Aos dez anos me desiludi de vez com ele, pois o que tanto pedia, nunca recebia.
Aos dez anos foi uma data marcante: era o primeiro natal sem minha avó Olinda e pela primeira vez entendi o sentido da morte: desde então, os natais não foram mais os mesmos - sem minha avó, o natal perdeu o encanto.
Não teríamos o aloá - uma bebida que ela preparava no pote de um dia para o outro, nem tão pouco os sonhos, doce que ela fazia com esmero. Logo venderiam a casa e sairíamos dali, local bem perto ao centro da cidade, para nunca mais voltar.
Desde a morte da minha avó, o natal passou a ser para mim, o dia do aniversário de Cristo e nada mais. A ilusão do papai Noel ficou perdido num natal em que pedi uma boneca - pedido antigo, nunca atendido. Desta forma, salve, salve, o nascimento de Jesus. Um beijo grande a todos.
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