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domingo, 5 de agosto de 2012

Esconderijo

Lembro-me de que quando eu era criança, sempre tinha um esconderijo secreto na mata, perto de onde eu morava e sempre corria para lá, quando levava uma surra que julgava imerecida. Ficava horas lá entre as plantas e às vezes, deixava a todos preocupados porque só saía de lá, quando escurecia.

Lá, eu conversava mentalmente com as plantas, esquecendo da hora que passava rapidamente. Por mais surras que eu levasse, jamais falava onde era o meu silencioso refúgio. No entanto, como eu era muito criança, um dia fui seguida por meu irmão que estragou tudo.

Essas recordações de criança, sempre me vem à mente e consequentemente, repercutiram mais tarde na minha vida adulta; fui uma menininha normal, porém apanhava por motivos banais e na base da repressão fechei o ciclo da infância.

Durante um tempo, tive sérios conflitos com a minha mãe - a que mais me surrava e só consegui superar os traumas infantis, primeiro através da fé pois eu precisava perdoá-la, sabia disso, mas não conseguia. Então fiz terapia em grupo, depois individual e só assim, consegui me libertar.

Vez em quando, relembro o que passei mas sem ressentimento visto que  essa questão de opressão afeta muitas crianças que não pediram para vir ao mundo. Atualmente, quando a vida se complica busco sempre dois refúgios: primeiro Jesus, depois, calmamente tomo dois comprimidinhos e durmo profundamente, em sonhos o meu subconsciente traz à tona a criança que fui um dia.

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